Capetafé
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Coffee

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A Cafeteria

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BaristaAdmin

A Cafeteria  Empty A Cafeteria

MensagemSáb Mar 23, 2024 10:18 pm

01.
Capetafé RPG
O cheiro de café paira no ar, sendo possível de ser sentido até mesmo fora do local, subindo pela Rua Augusta como um convite sereno de alguns segundos de descanso e relaxamento. Quem aceitar o convite e entrar por suas portas pretas, se depara com um ambiente relativamente grande, com inúmeras poltronas, cadeiras e mesas. As palavras flutuam no ar de um jeito quase visível, contando as histórias que estão sendo ali compartilhadas. Um lugar, em uma rua tão movimenta, que é como uma água em uma corrida assídua, ou um oasis no deserto Saara. O público, é claro, é diverso: em uma mesa você encontra um empresário sério, ao lado de um expresso e seu notebook, na outra você encontra uma garota com uniforme da escola, seu chocolate quente sendo misturado na frente de si. Já na outra, um casal homossexual de mãos entrelaçadas, um sorriso bobo na cara de cada um e, mais para trás, uma idosa, seus cabelos brancos presos em um coque baixo, seu chá esverdeado na mesa em sua frente. Independente de suas vidas, suas histórias e seus problemas, algo une todos eles: a bebida.

Tópico principal para postagens na Cafeteria.


Ambientação do Capetafé.

Observações:

> É possível e permitido circular por toda a Cafeteria à vontade.
> É possível e permitido criar NPC's para ajudar na postagem ou na lore [sendo clientes ou não]
> O Barista está sempre disponível para interação e pedidos [sendo citado como NPC ou com a ADM].
> O cardápio e os preços dos café você encontra na lista abaixo.

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admCazzCapetafé RPG
Barista
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Matheus TakahashiClientes

A Cafeteria  Empty Re: A Cafeteria

MensagemSáb Abr 13, 2024 1:13 am

Coffee talks
Sempre achei curioso como que as pequenas nuances da vida tinham tanto poder para nos influenciar nos por menores; podemos ir do céu ao inferno com uma simples mudança de humor, experimentar a epifania ao compreender finalmente o significado de um momento da vida e moldar todas as suas vivências em torno daquilo. Isso sempre foi algo que gerou questionamentos em mim, desde que eu era uma criança, mas, justamente por ser uma criança, isso nunca me impactou profundamente, já que “eu só seguia” o que meus pais me diziam. Eu só podia ansiar pelo momento em que eu finalmente fosse adulto, tivesse meu carro esportivo e uma namorada bonitona do meu lado.

Hoje, digo isso com um certo sorriso no rosto, percebendo o quão fantasioso o mundo de uma criança pode ser. Conquistei a maioridade, e a coisa que eu mais queria era poder voltar ao momento em que eu era uma criança, sem preocupação. Tudo fica mais “cômico” quando redijo essas palavras de dentro do metrô, em pé a mais de trinta minutos com uma mochila extremamente pesada por cima dos ombros. Ah, sobre a namorada? Prefiro nem comentar; nunca cheguei perto disso.

Estar em São Paulo era uma mistura de sentimentos que eu não conseguia lidar tão bem, ainda mais por vir morar aqui recentemente; tanto meus pais quanto eu nascemos em Vitória, no Espírito Santo e construímos nossas vidas por lá, até que meu pai recebeu uma proposta quase que irrecusável, e por isso nos mudamos. Em comparação com a minha cidade, São Paulo é uma grandíssima bagunça; muitos carros, muitas pessoas, o ar é pesado e o que mais me faz falta é o mar, definitivamente. Sinto falta de quando eu pegava um “515 Beira-Mar” e podia sentir o vento e a maresia contra o meu rosto. Fazia duas semanas desde que eu havia finalmente me mudado. Nosso apartamento estava situado na Mooca, uma região até que bem legal de São Paulo, mas confesso que é muito estranho estar em um lugar tão “pequeno” em comparação ao espaço que eu tinha antes, em uma casa que definitivamente era apenas nossa.

Por sorte, quando a porta do metrô abriu, me reencontrei em meus pensamentos; o cheiro característico da cidade que não dorme invadia minhas narinas com agressividade, logo aquelas que estavam acostumadas com o cheiro do mar e do verde de Vitória. Estava começando a chover bem pouco, então tratei de apressar meu passo; era sexta-feira, mais conhecida como “o inferno” na vida de quem fazia Engenharia da Computação na FAM. Tínhamos aulas estressantes e projetos que nos prendia ali até por volta de meia-noite.




[...]





— Tudo bem, até semana que vem. — Disse com um sorriso tímido, me despedindo de uma garota que havia puxado assunto comigo na aula. Era a minha primeira semana e eu ainda não havia estabelecido grandes conexões, não que isso realmente fosse algo que eu me importava.

Outro ponto que sempre julguei muito estranho em São Paulo era a movimentação sempre “agressiva” daquele lugar; de dia, as pessoas corriam de um lado para o outro apressadas para o trabalho e coisas do tipo. De noite, as ruas davam espaço para as mesinhas de bar que lotavam sempre, não importando o dia. A rua da minha faculdade, por sinal, sempre fora muito famosa no que diz respeito a vida boêmia; a Rua Augusta, onde tudo que tem de estranho no mundo se reúne em um só lugar. Para quem mora em Vitória, é só pensar em uma Rua da Lama, só que mil vezes maior e com todo bar sendo o Bar do Mãozinha e o seu seleto público “único”.

Normalmente, meu caminho seria o mesmo; ir até a estação e entrar no metrô que me levasse até a estação próxima da minha casa, mas um lugar me chamou a atenção; em meio a tantos bares, um espaço confortável e aconchegante formava uma cafeteria, cujo nome chamou a minha atenção: Capeteria. Sem pensar muito, resolvi atravessar a rua, adentrando-a. O cheiro do grão torrado era quase a sensação de um orgasmo, ainda mais por ser um apaixonado pelo café. Me aproximei do balcão, analisando todo o ambiente. Tinha alguns clientes, todos acompanhados e com conversas animadas.

— Boa noite. — Anunciei-me para a barista que estava de costas. — Eu vou querer um Cappuccino Italiano, por favor. Vou pagar no Pix, tudo bem? — Retirei o celular do bolso quando ela me apontou o QR-Code. Enquanto eu entrava em meu banco, a mulher começou instantaneamente o preparo da minha bebida, demonstrando o quão eficiente ela era. Eu só não contava com um problema…

— Ah não, mentira… — Sussurrei, apertando o botão lateral do celular sem parar. Ele havia descarregado, e a minha bebida estava quase pronta. Quanto azar… só me restava uma única opção: — Com licença moça, eu estava para pagar, mas infelizmente meu celular descarregou. — Mostrei a tela escurecida para ela. — Você não teria um carregador para me emprestar? Apenas o tempo suficiente para que eu possa ligar e te pagar… — E no fim, só me restava torcer para que ela pudesse me ajudar, ou eu teria que lavar umas canecas até o Sol raiar.



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Matheus Takahashi
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Maria Helena S. RodriguesClientes

A Cafeteria  Empty Re: A Cafeteria

MensagemSáb Abr 13, 2024 4:55 pm





It's always shining somewhere
I just gotta get there

O tempo maluco de São Paulo estava, mais uma vez, me afetando profundamente. Ao contrário de ontem, que meus cabelos grudarem na nuca e minhas costas escorriam gotas de suor, em que o único lugar possível para sentar era o chão gelado, para pelo menos aliviar um pouco os 30° graus que faziam, hoje estava frio. Tão frio que sentia minha pele se arrepiar com o vento forte que descia na Augusta, levantando todos os meus fios para trás. Minha blusa de frio, preta e cheia de gominhos que, supostamente, eram para me esquentar ainda mais, não parecia que iria ser o suficiente para aguentar a temperatura que caía mais e mais. Respiro fundo, caminhando com passos rápidos na rua mais famosa da cidade. Todo mundo que morava em São Paulo sabia que além da mais famosa, aquela também era uma das ruas mais perigosas da cidade, então eu - uma mulher alta, mais branquela que a neve e com o cabelo que chamaria a atenção de qualquer ser humano do mundo - tinha medo cada vez que ousava enfrentá-la.

A faculdade que eu cursava não era longe; na verdade, eram duas ou três ruas atrás do shopping. A Mackenzie era uma renomada faculdade do Brasil, mas sua localização era péssima. Haviam vários caminhos que me faziam chegar até ela - ou voltar dela -, mas o meu favorito, sem dúvida, era o que passava na Rua Augusta, por uma única razão: o Capetafé. Céus, só um café com aquele me faria enfrentar o medo de ser roubada, furtada ou sequestrada naquela rua e andar alguns quilômetros a mais para passar por lá. Era simplesmente o café mais delicioso, divino, extraordinário que eu já havia provado em minha vida, e, para uma estudante noturna, ele era mais do que imprescindível.

A Barista já me conhecia há algum tempo, desde que eu havia descoberto aquele pequeno ponto na cidade das luzes e o usado para relaxar um pouco. Assim que chego em frente, a calmaria imediata já invade meus ombros, tirando os pesos de todos os problemas que me preocupavam há dias e me permitindo relaxar um pouco com uma boa música e um lugar aconchegante. Céus, como eu amava aquilo ali.

Assim que entro, vejo que há apenas uma pessoa na minha frente. Um garoto alto, com cabelos levemente cacheados e pretos, usando uma roupa definitivamente mais quente que a minha. Não me era familiar, o que provavelmente significava que era um cliente novo por ali. Faço um esforço para ouvir sua escolha, querendo julgá-la: ah, um cappuccino italiano? Parecia agradável, um bom começo para quem estava começando. Me adianto e pego minha carteira, mirando no meu cartão vale refeição, já que o cartão de crédito não estava em uma situação muito boa. Fico aguardando a minha vez até o querido na minha frente - que, sim, era bem bonito, por sinal - parece preocupado, e ouço sua voz de tristeza quando ele pergunta para a barista se ela teria carregador. Levanto uma das sobrancelhas, me perguntando se aquele era algum tipo de golpe; bom, estávamos na Augusta, o que significava que era bem possível que fosse… Mas ele tinha um jeito diferente, que, se fosse fingimento, ele devia estar em Hollywood ganhando um Oscar.

– Ei, tudo bem. — falo, limpando a garganta. – Eu pago pra você. — falo, mostrando meu cartão – Assim, ela já agiliza meu pedido — olho para a Barista, que sorri quando me vê. — Cobra o dele e o meu nesse cartão aqui, por favor. Vou querer um… — semicerro os olhos para o cardápio, tentando lê-lo — Um Mocha, por gentileza. Para comer aqui. – digo, e ela coloca a maquininha na minha frente antes de se virar e começar a preparar meu pedido. Insiro o cartão, colocando minha senha rapidamente — Sei como é paia quando o celular descarrega quando a gente mais precisamos dele, — falo, em um tom divertido, me referindo ao garoto ao meu lado — me compadeço com sua história...zinha. — Se fosse mentira ou não, ele havia ganho um café grátis. Mas ele era bonito demais para não ganhar, então mesmo se fosse um golpe, tudo bem, eu não me arrependia.
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Matheus TakahashiClientes

A Cafeteria  Empty Re: A Cafeteria

MensagemSáb Abr 13, 2024 10:24 pm

Coffee talks
Quanto azar.

— Olha, eu não tenho carregador. Você não tem um cartão? — A barista repousou o pitcher em sua bancada. Só pude observar a fumaça do leite vaporizado subindo pelos ares, ao passo em que meus olhos se erguiam para a mulher. Sendo um capixaba, eu não sou o maior exemplo sobre “educação”; é de conhecimento geral que nós não somos muito receptivos com estranhos. Não tenho costume de dar bom dia, cumprimentar as pessoas de modo geral, e sinceramente sempre acreditei que isso era algo “endêmico”, mas estive sempre muito enganado. O paulista consegue ser pior. Quais as chances daquela barista ser tão escrota quanto o que eu já esperava?

— Eu tenho, mas… — Levantei o celular, balançando-o levemente. — … só por aproximação. — Nunca tive o costume de sair levando cartões por aí. Na minha carteira sempre existia apenas o essencial. — Olha, tudo bem, eu– — Estava prestes a me humilhar, perguntando se poderia deixar a minha mochila com os materiais ali como garantia de que eu voltaria no dia seguinte e pagaria pelo cappuccino, quando uma voz feminina atrás de mim se fez presente. Arqueei a sobrancelha quase que instantaneamente, me virando em direção à voz. Foram dois segundos, ou até menos, mas foram os segundos mais embaraçosos da minha vida; a garota era estranhamente linda. Não um “linda”, mas um verdadeiramente linda, como aquelas garotas que você só encontra pelo Tumblr da vida para poder usar como faceclaim nos RPGs (é uma fase obscura da minha vida, não vamos entrar nesse assunto). Ela se ofereceu para pagar o meu café, como se algum ser divino a tivesse colocado em meu caminho. Eu nunca recusaria um café grátis.

— Nossa. — Sorri, um pouco sem graça. — Que vergonha, né? — Enterrei as mãos no bolso da minha calça, espichando o corpo por alguns segundos. — Mas muito obrigado por se… “compadecer” pela minha historiazinha. Quem sabe ela não vire um livro, não? — Puxei a mão para fora do bolso, olhando-a nos olhos verdes. — Matheus, aliás. — Estendi a mão, esperando que ela cumprimentasse.

— Um cappuccino italiano e um mocha. — A barista depositou as duas canecas quentes no balcão, um sorriso simpático no rosto. Antes que a ruiva tomasse a iniciativa, eu o fiz. Veja bem, eu não costumo sair por aí fazendo isso, mas é uma cidade nova, coisas novas, pessoas novas. Eu não conheço ninguém, e é muito ruim só ter os amigos em um servidor do Discord para conversar… quem sabe ela não poderia sair comigo por aí, me apresentar os lugares e afins?

— Acho que o mínimo que posso fazer por ti é lhe convidar para tomar um café, não? — Peguei as duas canecas, indicando uma mesa ao canto para ela se sentar. — Nossa, foi um pouco egocêntrico de minha parte, desculpe. — Sorri, um pouco atrapalhado com as minhas palavras. Tomei um gole da bebida, sentindo o líquido quente preencher a minha boca com primazia.

— Uau. Isso é muito bom! — Sussurrei. — Já descobri onde é o meu lugar preferido aqui.




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A Cafeteria  Empty Re: A Cafeteria

MensagemSeg Abr 15, 2024 10:16 am





It's always shining somewhere
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Abro um sorriso, encarando o menino em minha frente com bom humor, afinal, quem nunca havia passado por um constrangimento daqueles, né? O cartão recusar na maquininha por falta de limite, ter que pedir para um conhecido pagar porque não conseguia, ter que deixar algo seu no lugar para prometer que você voltaria pagar. Não era nada exatamente agradável de se passar, então, sim, eu havia comprado a historinha dele. — Fica tranquilo — digo, enquanto me aproximo mais do bar com meu ticket — Sou Helena, prazer. — como de costume, corto meu primeiro nome (que eu tanto odiava), para facilitar para as pessoas me chamasse logo da maneira que eu queria. Aperto a mão do garoto rapidamente, vendo que os pedidos já estavam sendo depositados no balcão para serem consumidos e levados. Coloco minha senha rapidamente, querendo pegá-los logo, mas Matheus se adianta e, quando vejo, os dois copos quentes estão em suas mãos.

Ele me convida para tomar um café, me sinto em um filme de sessão da tarde. Para quem era pé no chão e cabeça dura para relacionamentos, igual a mim, aquilo parecia um livro de romance. O riso vem até a minha garganta (de nervosismo ou de felicidade, eu não sei), mas me limito a apenas um sorriso, ciente que a Barista olhava para nós dois, como se estivesse vendo uma história acontecer. — Não foi, não. Claro, aceito tomar um café com você — digo, vendo-o tomar um gole de seu Cappuccino. Assim como acontecia com todas as pessoas que iam naquele lugar, Matheus fez o mesmo ritual de quem adorou o que provou. Arregalou os olhos, encarou o café e, depois, o elogio. Solto minha risada — É, é de outro mundo, não é? — falo, enquanto pego minha bebida da mão dele, começando a me direcionar para o banco no canto da cafeteria — Não sei o que eles fazem, aqui, mas é simplesmente o melhor café de São Paulo. Talvez do Brasil. É simplesmente divino, você não achará outro lugar melhor.

Levo o copo até minha boca, degustando da deliciosa mistura de café com chocolate. Deus, como eu amava aquele gostinho único, principalmente o que ficava na boca depois, durante um tempo, que dava mais e mais vontade de continuar tomando. Um pensamento, porém, cruzou minha mente rapidamente, e eu me esforço para cobri-lo o mais rápido possível. Não sabia se aquilo era um encontro, mas se fosse e rolasse beijo, o bafo de café iria ser terrível. Fica quieta, Helena, deixa as coisas rolarem, falo comigo mesma, se sentando no banco acolchoado e maravilhosamente confortável, em frente à janela que dava visão para a Rua Augusta. Apesar do tempo, idosos, adolescentes e adultos desciam e subiam a ladeira, indo para suas casas, faculdades e afazeres. Para um lugar que nunca parava, observar as pessoas se movimentarem era fascinante.
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Maria Helena S. Rodrigues
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Matheus TakahashiClientes

A Cafeteria  Empty Re: A Cafeteria

MensagemDom Abr 21, 2024 7:41 pm

Coffee talks
A mão da ruiva – que por acaso, se chamava Helena – era quente; não um quente que queima, mas um quente que… conforta. Sou estranho de ter percebido isso em um simples aperto de mão? Talvez.

— Helena? De Tróia? — Perguntei com um sorriso bobo no rosto. — Não me diga que é a do My Chemical Romance! A minha época de emo já passou… mas clássicos nunca envelhecem, né? — Balancei a cabeça enquanto pegava as bebidas, evidenciando um leve arrependimento. — Desculpa, eu falo antes de pensar. — Balancei levemente a cabeça, ajeitando algumas mexas da cabeleira que insistiam em avançar na direção dos meus olhos.

Dizem que, quando estamos prestes a morrer, um filme passa em nossa mente, mostrando os melhores momentos e os maiores arrependimentos. Eu não sei dizer quando morrerei, tampouco o que irá aparecer nesse suposto filme, mas depois do primeiro gole no cappuccino, tive total compreensão de que certamente aquele seria um dos momentos; quando provei pela primeira vez a bebida daquele lugar – não que isso seja extremamente importante, mas certamente a risada da Helena também seria um desses momentos.

— Sua risada é muito gostosa. — Comentei de supetão, sentindo o rosto esquentar quase que imediatamente com o comentário. — De novo; falo demais. Não me entenda mal, foi com todo o respeito! — Depositei a caneca na mesa enquanto me ajeitava e tentava esconder o sorriso sem graça.

— Mas sim. Isso é definitivamente de outro mundo. — Enfiei as mãos no bolso da camisa de frio, observando os olhos verdes de Helena, observando o movimento na rua por breves momentos. — Sabe, lá em Vitória definitivamente não tem nada parecido. Nada mesmo.

Viajei com o copo dela, observando cada detalhe até ela colocar em sua boca e sorver o líquido; ela possuía uma certa elegância, sutil, mas definitivamente elegante. Ela não parecia estar tentando impressionar de alguma forma; era como se ela realmente fosse daquele jeito. Sorri quando ela voltou com o copo, dessa vez pegando o meu e bebendo do meu cappuccino. Aquilo só reforçava a ideia do quão maravilhoso era aquilo.

— De verdade, obrigado por isso. Eu já estava me preparando para lavar as xícaras! — Trouxe um pouco de espanto para a voz, como se quisesse demonstrar um certo medo – pura mentira; eu certamente encontraria um método de me resolver com a barista, mas em nenhum deles eu teria conhecido Helena.

— Mas diga-me, você costuma vir aqui sempre para pagar os pedidos de clientes novos? — Arqueei a sobrancelha, traçando um círculo pequeno com o indicador na borda da minha caneca.

E então tive uma ideia; não me pronunciei. Simplesmente abri a minha mochila ali, apoiando-a no sofá acolchoado enquanto retirava um dos meus cadernos do Ben 10 – sim, isso é uma piada interna… ela não vai perceber, eu tenho certeza – e uma caneta.

— Não sei se isso já aconteceu contigo, mas… — Entreguei a caneta para ela, deslizando o caderno em uma página aberta. — … anota o seu número para eu poder te chamar? — Ok, confesso que dessa vez fui um pouco mais maldoso; queria que aquilo tivesse uma segunda interpretação.

— O que? Achou mesmo que eu ia deixar você me pagar um café e só isso? É claro que quero te devolver o dinheiro depois! Não sou caloteiro, juro.

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Matheus Takahashi
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